quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Fogo no Cabelo

Nós mulheres precisamos reconhecer a força das deusas.
Como mães, irmãs, tias, mulheres de infinitas forças, 
unidas, destemidas, sós!
Este é para minha mãe, que é única.
Quase até no nome!
Lidea.






Não sei porque ri tanto
Não sei porque chorei
Lágrimas do coração
E era um dor conhecida
Reconhecimento de todas as vidas
Do fogo, queimando pelas entranhas afora
Mas mesmo assim ri muito!
E derramei muito sal
Lágrimas derrubadas com foices afiadas
Espalhadas aos trancos nas gargalhadas
Urradas, untadas!
E na corrida desenfreada
Com mil fadas ao meu alcance
Reconheci aquela que me bendizia
Com suas mãos estendidas
Manchadas de carmim
E gritei ao vento, à terra.
Cantei, ainda mais!
Liberta dos trapos, descalça
Apenas com o véu do cabelo
Porque descobri que sou capaz!

...

terça-feira, 29 de julho de 2014

Nosso Amor


O mundo seria mais simples
se deixássemos nossa porção
divina se expandir.
Sem preconceitos, sem regras,
sem julgamentos, sem hipocrisia.
Apenas amor. 
Amor verdadeiro,
daqueles que é sentido na alma,
também!
Este é para duas "garoutas" lindas.
J. e C.


O amor que tu me tinhas
Não era apenas querer
O amor realmente existia
Para mim e para você.

Você que me consumia
E eu absorvia teu querer
Enquanto em nossas vidas
Era apenas eu e você.

E eu até percebia
Que era apenas manter
Um beijo todo dia
Para afastar o teu sofrer

O amor que tu me tinhas
Nâo era apenas o ter
Era infinito a cada dia
Dentro e fora do meu ser.

.....

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Pescando

Tem gente que encontra dinheiro em bolsos perdidos.
Outros encontram fotografias em livros velhos.
Alguns encontram roupas em gavetas escondidas.
Eu encontro palavras em cadernos perdidos,
escondidos em livros dentro das gavetas.
E ainda me pergunto:
 “Fui eu mesma quem escreveu isso?”
Este é para todas as meninas
que amam e se esquecem
do amor, em algum canto. 

Todos os dias me sento a contemplar o mar
Na areia salgada observo os pontos...
Buraquinhos de ar
Onde bichinhos estranhos habitam
Que coisa maluca de se ver
E a espuma vai lavando, alisando a areia onde sento
E o som da água arrebentando é tão hipnótico!
E eu escrevo
E fico olhando a tinta da caneta traçando letras, palavras
Compondo o pensamento, o sentimento, e sorrio.
Quem foi que inventou essa maneira
De tirar o coração do peito
E colocar do lado de fora, em um papel?
Vai ver foi alguém que tinha tanto amor
Que não suportou a dor do anonimato, da solidão
E resolveu explodir!
E se mostrar para todo o mundo!
Assim, todos poderiam saber
Que não estavam sozinhos, amando.

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sexta-feira, 4 de julho de 2014

Princesa Vermelha



Tive o privilégio de conhecer alguém,
antes mesmo de muitos saberem 
que ela iria existir
aqui, no nosso mundo.
E contrariando todas as expectativas
ela veio.
Branca, sorridente, ruiva!
Este é pra você, Lana!







A primeira vez que te vi
Foi como um sonho, meio irreal,
Mas jamais esqueci!
Sua imagem tão serena,
Tão pura e forte,
Me fazendo acreditar
Nos duendes
E na vida após a sorte!
Me lembro do vermelho na forma
Querendo o preto na troca,
E na princesa do conto de fadas
Você repente se transforma!
No sorriso, no corpo,
Agora a confiança transborda
E como o final é sempre encantado
Me chama, me ama!
Aqui estou, Lana!
seu príncipe desesperado!

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sexta-feira, 6 de junho de 2014

Eu e Você


Qual de nós que ainda não viveu um amor proibido?
Atire a primeira maçã!
Esse é para uma mulher especial
que apenas ama... e então?



Foram os sons que me chamaram a atenção.
E também foram aqueles que não podiam ser emitidos.
Eu e você, presos entre quatro paredes
Sem poder manifestar o prazer.
E mesmo assim, ainda que sôfregos,
respirávamos com dificuldade
e sussurrávamos palavras entrecortadas,
um para o outro, nos olhos um do outro.
Sorríamos.
Ríamos muito do contexto proibido,
das razões e soluções que nunca tínhamos.
Eu e você, na sinfonia um do outro,
orquestrados, quase calados,
entre aquelas paredes, testemunhas da nossa mentira.
E a cada passo, a cada som destoante no barulho do ambiente,
arregalávamos os olhos e silenciávamos novamente.
E então, sorríamos do bizarro, antes novo, ou velho,
e continuávamos nossa jornada em busca da nossa verdade.
E era assim, como diz enfim, que conseguíamos ser.
Eu e você.
A procura um do outro, mãos, braços, bocas e sensações,
no escuro, na risada, alheios ao barulho.
E tínhamos tudo no quase nada, e era tanto!
Demais, como quando se ama e se quer qualquer coisa
E mesmo que fosse ínfimo, era, no íntimo, tudo o que queríamos ter.
E era tanto ser!

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sexta-feira, 23 de maio de 2014

Lua Vermelha

Sempre que fazemos algo irresponsável
culpamos a paixão.
Ela não é certa nem errada.
Apenas é!
Para alguém que foi.
E jamais será,
novamente.




Nesse ponto dourado

Onde seus olhos encontram os meus

Prossigo, sentindo-me separada de mim mesma

Enquanto seu beijo não vem!

E muito de vez em quando,

Suas mãos encontram minha pele

Aí o vermelho pulsa na minha boca

Me cegando, sombreando os seus beijos.

Você se afasta como a maré vazante

E me afoga de saudade.

Nesse eclipse multicolorido

Onde somos apenas lembranças

Desencantados, perdidos.

E o amor que existia

Era apenas uma rara fase

Lua avermelhada, multifacetada

Onde a escuridão nos desencontra

... para sempre.

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quarta-feira, 30 de abril de 2014

Partindo


Quando seria o momento certo de libertar o amor da carne?
Como saber se tudo é certo, único?
Não existe quando, eu sei.
Nunca existirá o certo, já sei!
Único eu tenho. Aquele ser especial,
existe.
Este é para meu coração, 
que acredita na liberdade.



Quando a primeira brisa da manhã entrou furtiva,
balançando de leve as cortinas
Eu sabia que precisava partir.
Os sons da noite ainda estavam embrulhados nos lençóis.
E escondido sob o som das suas palavras
eu ouvia o silêncio.
E o que vejo somos nós, nos surpreendendo.
A cada encontro, a cada beijo.
Você até poderia dizer que eu já sabia,
mas eu nunca saberia aonde tudo isso iria.
E todas as histórias que contou,
e além das mentiras que inventei para mim mesma,
seria melhor se eu não soubesse.
E mesmo assim acredito,
quando vejo pulsar sua carne colada no meu peito.
Você poderia dizer que sou culpada,
mas eu nunca saberia se seria verdadeiro.
E enquanto estava sozinha, como a lua,
que deseja encontrar o sol, esperei, muito, tanto tempo!
Mas mesmo agora, que ainda sinto seu cheiro na minha pele,
seu gosto nos meus lábios,
parecemos não pertencer ao mesmo céu.
E você continua dizendo que eu demorei tanto!
Mas eu nunca acreditei, nunca tive nenhuma idéia,
que isto poderia ser assim... tão cruel!

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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

A Borboleta e o Morcego


Nos perguntamos como relacionamentos entre pessoas
tão diferentes, dá certo.
Simples: o amor é verdadeiro!
Este é para alguém que é 
muito diferente de mim.
Obrigada pelo seu amor!




Na caverna, o morcego de cabeça para baixo, visão míope, percebe o som.
O sibilar das asas diáfanas o atinge.
Suas narinas sensíveis sentem o perfume, o vento, a suavidade.
Vem tudo misturado, o som do mar, o gosto de sal, a saudade.
Agarrado à rocha pergunta-se como um ser tão frágil, aventura-se na escuridão.
Mal consegue enxergar a cor, mas sente sua fragilidade tão bela.
Em sua imaginação apaixona-se pelo impossível e, atordoado com tanta beleza imobiliza-se.
A borboleta aventura-se na escuridão sem medo, como todo ser inocente, que tem a coragem latente.
Traz a lembrança da luz a guiá-la bem fundo, apenas no instinto.
E de repente pousa, como um sussurro, no peito do morcego.
As asas ao seu redor movem-se como um abraço, um mundo perfeito.
E ele, sorvendo o ar bem devagar para o momento não se esvair, é invadido pela companhia dela, nas sombras, com flores na mente.
E no silêncio um do outro, onde se podem ouvir os desejos, pontuado no fundo da caverna de ambas as solidões, eles sorriem.
E ele entende que para estar sozinho se requer disciplina; conviver com sua própria escuridão exige profundo conhecimento próprio.
Num impulso, abre a asas enrugadas e estende a alma; se solta, destemido, em direção ao destino desconhecido, com a borboleta a lhe agarrar.
Ela se firma precariamente à pele macia e percebe quão longe foi.
Relaxa e entende que mesmo no alto da montanha sentindo a brisa,
ou na beirada do abismo, a busca pelo amor dói como uma loucura.
Pensou, nos últimos seguntos – “Minha vida valeu cada bater de asas!
Agora eu sou sua, e você é meu!”
O morcego, capturado e enlouquecido percebeu, tarde demais,
que a loucura nada mais é que o resgate do próprio poder que quebra vínculos inúteis.
E se deu, em queda livre, corpo fluindo, escurecendo ao silêncio pleno.
E na dualidade do amor liberto, gostou de saber que na sua existência ela fazia parte do todo.
E eles existiram, dentro, um do outro.
Longe, perto, em algum lugar.
Em lugar nenhum.

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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Pensando em Você



Se tivesse que dar um conselho, seria:
Ame! Não importa se houver futuro, 
não interessa se será bom ou mau.
Ame!
É a única coisa que se leva dessa vida.
Para uma pessoa especial,
minha Dindinha!




A luz vai diminuindo
e o foco no seus olhos
torna o brilho ainda mais intenso.
Sua boca sensível,
seu toque protetor,
me enlaça, me arrebata.
Fecho os olhos,
e sem conseguir concatenar qualquer idéia,
corro minhas mãos pelo seu corpo.
Gravo, na ponta dos meus dedos,
as sombras das suas formas,
suas curvas,
a maciez da sua pele, o calor.
Em toda minha vida
jamais senti alguém assim, 
com tanto prazer,
com tanto furor,
com tamanho despudor.
Por todo meu corpo
você preenche os espaços
dentro e fora!
E me agarra forte
e me diz no ouvido
o que não posso acreditar.
Mas mesmo assim sou feliz!
E meu coração acredita
na ilusão de saber que você é meu,
e estará aqui, sempre!

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sábado, 11 de janeiro de 2014

A Sereia e o Lobo do Mar


"Amor Verdadeiro" é ilimitado e imensurável e supera todas as formas de adversidade. Na verdade, se é autêntico, ele vai crescer mais forte com cada agressão contra sua existência.

Este foi feito com dois corações.
Obrigada Val!








O sono não vem, pois penso em você!
O vento uiva, como um lobo, nas noites frias,
seu nome nos meus ouvidos.
Na minha boca, sua alegria!

Corro avante, tento livrar minha mente,
da sua imagem, do seu cheiro.
Procuro a chave que abrirá a corrente,
Desse sentimento no meu peito.

Quero voltar a dormir!
Olho para o mar que desenha seu rosto nas águas,
enganando os sentidos do navegador.
No som das ondas explodindo, levando minha dor. 

Me sindo um naufrago quando navego nos seus beijos,
no seu corpo me sinto em um barco sem governo.
Meu amor, diz enfim...
A cada dia que estou com você,
conheço um pouco mais de mim.

Quando o sol se por
e seu corpo não conseguir repousar
Seus ouvidos ensurdecerão
Ao clangor do meu amor

Pois seus olhos vermelhos
Como um lobo na proa
Continuarão a farejar
Meu cheiro, sobre o mar!

Invado seus sonhos sorrindo
Manejando as ondas da sua ilusão
Percorro seu mundo, faminta
Dando nós, amarrando seu coração.

Pois é meu corpo que inflama 
quando penso em você.
É minha voz que te procura
São meus pensamentos que te chamam
Sou eu, aqui, toda sua!