quarta-feira, 30 de abril de 2014

Partindo


Quando seria o momento certo de libertar o amor da carne?
Como saber se tudo é certo, único?
Não existe quando, eu sei.
Nunca existirá o certo, já sei!
Único eu tenho. Aquele ser especial,
existe.
Este é para meu coração, 
que acredita na liberdade.



Quando a primeira brisa da manhã entrou furtiva,
balançando de leve as cortinas
Eu sabia que precisava partir.
Os sons da noite ainda estavam embrulhados nos lençóis.
E escondido sob o som das suas palavras
eu ouvia o silêncio.
E o que vejo somos nós, nos surpreendendo.
A cada encontro, a cada beijo.
Você até poderia dizer que eu já sabia,
mas eu nunca saberia aonde tudo isso iria.
E todas as histórias que contou,
e além das mentiras que inventei para mim mesma,
seria melhor se eu não soubesse.
E mesmo assim acredito,
quando vejo pulsar sua carne colada no meu peito.
Você poderia dizer que sou culpada,
mas eu nunca saberia se seria verdadeiro.
E enquanto estava sozinha, como a lua,
que deseja encontrar o sol, esperei, muito, tanto tempo!
Mas mesmo agora, que ainda sinto seu cheiro na minha pele,
seu gosto nos meus lábios,
parecemos não pertencer ao mesmo céu.
E você continua dizendo que eu demorei tanto!
Mas eu nunca acreditei, nunca tive nenhuma idéia,
que isto poderia ser assim... tão cruel!

.....

2 comentários:

TH disse...

Lindo como tudo que vc escreve, dolorido como as partidas,os fins que não queremos, os pontos finais que insistem em ser reticencias... Penso, aliás, sinto em mim, na minha carne, na minha alma que vagou tanto exatamente como a lua, que o amor não precisa doer, não precisa ser feito de sofrimento, mas para isso precisamos alçar as âncoras do preconceito, dos parâmetros que no enfiaram garganta abaixo, quando não podiamos nos defender,e dançar a suave valsa da vida no seu tempo e compasso até que ela vire um currupio colorido como um arco-iris!

Unknown disse...

Muito bom. Inspirador. Gostei do comentário acima "dolorido como as partidas". Bons escritos às vezes nos fazem bem, às vezes nem tanto, mas nunca eu acho sem uma resposta mesmo que seja só a contemplação.