sexta-feira, 6 de junho de 2014

Eu e Você


Qual de nós que ainda não viveu um amor proibido?
Atire a primeira maçã!
Esse é para uma mulher especial
que apenas ama... e então?



Foram os sons que me chamaram a atenção.
E também foram aqueles que não podiam ser emitidos.
Eu e você, presos entre quatro paredes
Sem poder manifestar o prazer.
E mesmo assim, ainda que sôfregos,
respirávamos com dificuldade
e sussurrávamos palavras entrecortadas,
um para o outro, nos olhos um do outro.
Sorríamos.
Ríamos muito do contexto proibido,
das razões e soluções que nunca tínhamos.
Eu e você, na sinfonia um do outro,
orquestrados, quase calados,
entre aquelas paredes, testemunhas da nossa mentira.
E a cada passo, a cada som destoante no barulho do ambiente,
arregalávamos os olhos e silenciávamos novamente.
E então, sorríamos do bizarro, antes novo, ou velho,
e continuávamos nossa jornada em busca da nossa verdade.
E era assim, como diz enfim, que conseguíamos ser.
Eu e você.
A procura um do outro, mãos, braços, bocas e sensações,
no escuro, na risada, alheios ao barulho.
E tínhamos tudo no quase nada, e era tanto!
Demais, como quando se ama e se quer qualquer coisa
E mesmo que fosse ínfimo, era, no íntimo, tudo o que queríamos ter.
E era tanto ser!

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